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Arquitetos: LBR&A
- Área: 89657 m²
- Ano: 2016
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Fotografias:Alfonso Merchand
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Fabricantes: Aceros Corey, Alcopla, Amesa, Atlas Schindler, Cemex, Gerdau Corsa, Grupo Arca, Guardian Glass, Helvex, Tektil
Descrição enviada pela equipe de projeto. Situada no Paseo de la Reforma, a Torre Reforma é parte de uma área cultural, histórica e econômica dentro da Cidade do México. O projeto rompe com os esquemas de edifícios envidraçados. Torre Reforma melhorou a qualidade visual do perfil da cidade, assim como a nível da rua para os pedestres. Conta com 2.800 metros quadrados de terreno, uma área muito reduzida para um edifício de grande altura, de aproximadamente 80.000 metros quadrados construídos.
O edifício conta com uma série de serviços que inclui instalações esportivas, espaços abertos e varandas, bares e restaurantes, jardins, auditório e sala de reuniões. O casarão histórico existente foi integrado à entrada principal e utilizado para as áreas comerciais. Tais zonas no térreo e no primeiro pavimento permitem que a atividade da rua se incorpore ao edifício.
Sua forma, derivada do partido arquitetônico estrutural, considera muitos fatores sociais, econômicos e ambientais. O edifício de 57 pavimentos, que se diferencia por sua forma triangular, é composto por duas paredes altas de concreto aparente de 246 metros que se assemelham à forma de um livro aberto. Estas paredes que dão forma à volumetria do edifício, têm sua fundação a 60 metros abaixo do nível padrão para que os nove pavimentos subsolo de estacionamento sejam viabilizados, além de representarem a estruturação da torre. A terceira fachada conta com tensores metálicos e é fechada com vidro, permitindo vistas panorâmicas ao Bosque de Chapultepec. Suas fachadas permitem ter espaço livre e versátil sem pilares, assim como a redução do consumo de energia dentro da torre. As fachadas de concreto foram inspiradas pela arquitetura mexicana pré-hispânica e colonial onde os materiais sólidos (concreto ou pedra) são predominantes.
Para obter as melhoras vistas à cidade, a fachada de vidro gira 45 graus e se desdobra 14 metros para fora, acima do casarão histórico. A altura permitida para a construção é o dobro da largura da rua em frente à propriedade, neste caso o Paseo de la Reforma. Apesar disso, ainda que haja restrições de altura da fachada, a norma aplicável à propriedade permite uma maior densidade. De acordo com a norma mexicana, uma linha imaginária se traça a 1,80 metros de altura a partir do lado oposto do Paseo de la Reforma, passando pelo ponto mais alto da fachada. A altura potencial do edifício é o limite desta linha imaginária. Isso permitiu que a Torre Reforma tenha 246 metros de altura e uma fachada inclinada a partir dos 200 metros de altura.
O projeto é organizado em 14 conjuntos, cada um de 4 pavimentos. Já que a Cidade do México conta com uma atividade sísmica frequente, as paredes de concreto foram projetadas para ter movimento, devido a suas aberturas de pé direito triplo, que ajudam a dissipar a energia sísmica. As aberturas se repetem a cada conjunto proporcionando luz natural aos jardins do interior.
Dentro do edifício conservou-se um casarão do princípio do século XX protegido pelo INBA. Ele foi integrado à entrada principal e o espaço debaixo foi utilizado para a fundação, o estacionamento subterrâneo e serviços. Como resultado, a casa foi movida temporariamente para execução da fundação. Foi necessário reforçar a casa estruturalmente para poder realizar tal deslocamento. Foram utilizados tensores para evitar deformações e algumas paredes foram reforçadas com placas de aço. Construiu-se uma bandeira de concreto por baixo da casa, confinando a fundação de pedra existente. Durante dois meses, a casa esteve nesta posição temporária, período no qual foram construídas as paredes Milán na área onde originalmente se localizava. A casa retornou à sua posição inicial e foi colocada sobre seus apoios finais para continuar com a construção da torre. O local danificado foi restaurado e atualmente é utilizado como área comercial.
Por conta da grande importância atual dada à mobilidade, Torre Reforma é muito acessível ao estar conectada à infraestrutura existente e aos serviços urbanos. Ao nível da rua, ampliam-se bancos, que foram adaptados para serem acessíveis a todos os usuários, dando prioridade aos pedestres em relação aos veículos. Ao redor da torre existem duas estações de metrô, linhas de ônibus e uma série de estações de bicicletas públicas.
Torre Reforma, por ser um edifício sustentável e inteligente, foi pré-certificada LEED Platinum pelo US Green Building Council. A envoltória do edifício tem um grande rendimento energético com uma redução de 24% de acordo com a ASHRAE (American Society of Heating, Refrigerating, and Air-Conditioning Engineer). A redução no consumo de energia deve-se, em grande parte, ao desenho das fachadas: as paredes de concreto e a fachada dupla de vidro com caixilharia, que permite a iluminação natural em 90% dos espaços habitáveis. Isto beneficia drasticamente ao usuário proporcionando espaços internos estéticos e confortáveis para um melhor rendimento.
A água pluvial e as águas negras são 100% reutilizadas no pavimento de tratamento de água, principalmente para o consumo dos banheiros e do ar condicionado. As cisternas estão localizadas ao longo da torre para um funcionamento mais eficiente, para depender da gravidade ao invés do uso de bombas, em particular no caso de incêndios.
O edifício foi projetado para otimizar os fluxos dos usuários. Os elevadores para Low, Mid e High Rise estão separados, embora compartilhem um mesmo fosso com o objetivo de otimizar os diferentes usos. Por um sistema EEES (Sistema Integrado de Conservação de Energia), os elevadores podem ser usados durante um incêndio já que os fossos foram pressurizados, assim como as escadas de emergência e as áreas de rota de fuga de cada pavimento. Além do estacionamento subterrâneo, existem dois edifícios de estacionamento robotizado na parte posterior da torre para 400 veículos.
Estes tem um baixo impacto sobre o meio ambiente já que não tendo rampas, o espaço de circulação não emite fumaças tóxicas e o espaço de circulação independe de iluminação ou ventilação. Com a finalidade de ter o menor impacto nas ruas vizinhas, o estacionamento subterrâneo tem uma terceira rampa que adapta sua direção: entrada pela manhã e saída à tarde. A baia de veículos localiza-se sobre o Rio Elba ao invés da lateral do Paseo de la Reforma para não interromper o fluxo veicular.